Depois de Lupin, cinco produções francesas para assistir na Netflix

Baseada em um clássico personagem da literatura francesa, a série “Lupin” continua fazendo sucesso após sua estreia no dia 8 de janeiro. O “ladrão gentil”, interpretado pelo francês Omar Sy, tirou o lugar de “Bridgerton” (com muita classe, claro) como série mais assistida na Netflix Brasil, e por bons motivos.

Um deles é a atuação do protagonista, Omar Sy está excelente no papel de Assane Diop, filho de um imigrante senegalês que tenta se vingar de uma família rica após uma injustiça cometida contra seu pai. Outro motivo do sucesso da série é a ligação clara entre os episódios e os livros do autor Maurice Leblanc.

Os contos, que estrearam em 1905, trazem a história de Arsène Lupin, para os brasileiros “Ladrão de Casaca”, famoso por seus disfarces e roubos na Belle Époque francesa. Em diversos momentos na série, se brinca com essa metalinguagem principalmente quando investigadores associam Assane a Lupin, usando os livros e crimes do personagem com referência.

 

As séries Mytho, Lupin, Dix Pour Cent e La Révolution: produções francesas na Netflix
Foto: Divulgação

 

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Não é raro uma produção estrangeira, de língua não inglesa, alcançar o Top 10 da Netflix, a exemplo da espanhola “La Casa de Papel” e a alemã “Dark”. Porém, aproveitando essa vague francesa da plataforma, aqui vão algumas produções do país que vale a pena conferir.

Mytho (2019)
Com somente uma temporada, mas com ganchos para várias outras, essa série conta a história de Elvira (Marina Hands), uma dona de casa incomodada com a vida que leva. Para tentar chamar a atenção de um marido relapso, um pai ausente e filhos mal agradecidos, ela diz a todos que está profundamente doente. Trazendo à tona assuntos como maternidade e saúde mental, Mytho é um bom drama de classe média com a medida certa de tragicomédia.

Dix Pour Cent (2015)
Já com quatro temporadas, essa série de comédia conta a história da agência de talentos francesa “Ask” e todos os problemas que rolam nos bastidores quando você lida com artistas egocêntricos. Um ponto alto dessa produção é a participação especial de atores que já são famosos no mundo real, como Isabelle Hupert, Monica Bellucci e Jean Reno. Todos interpretam artistas cheios de exigências e com instabilidades emocionais.

La Révolution (2019)
Se você procura por uma série que seja historicamente correta, pode esquecer “La Révolution”. Agora, se você procura uma série de fantasia que reimagina a Revolução Francesa com alguns toques sobrenaturais, bom, achou sua maratona de final de semana. Pode parecer muito específica, mas a premissa da série funciona bem, com boas atuações e muito sangue. A Netflix, porém, ainda não confirmou se haverá uma segunda temporada da série.

Il a Déjà tes Yeux (He Even Has Your Eyes) (2017)
Não é só de séries que vive a França, essa comédia conta a história de Paul (Lucien Jean-Baptiste) e Sali (Aïssa Maïga), um casal que espera ansiosamente seu processo de adoção chegar ao fim. E chega, mas o fato é que o bebê é branco, enquanto o casal é negro. O filme é sobre a aceitação da família congolesa e quebra de estereótipos em relação às adoções. Apesar de bem-humorado, o filme aborda fortemente a questão do racismo na França e como ele atinge, principalmente, os imigrantes que vivem no país.

Les Innocents (Agnus Dei) (2016)
Esse drama histórico se passa no fim da Segunda Guerra Mundial e traz como protagonista Mathilde, uma enfermeira da Cruz Vermelha que cuida de sobreviventes dos campos de concentração. Enquanto ela trabalha na Polônia, uma freira pede sua ajuda e, ao chegar no convento, Mathilde percebe que diversas freiras estão grávidas. Apesar de trazer à tona temas pesados, como o cenário pós-guerra e abusos sexuais, o filme é baseado nas experiências da médica Madeleine Pauliac, que foi membra da resistência francesa e realmente cuidou de diversas freiras que foram atacadas por membros do exército soviético. Tudo é contado com muita sensibilidade através dos olhos de Anne Fontaine, diretora que já se arriscou no gênero da biografia com “Coco Antes de Chanel”.

 

Por Isabella Faria, da CNN, em São Paulo

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